Para oportunizar que a população faça o descarte correto deste lixo tóxico, Fundação negociou com empresa especializada em coleta e destinação de lâmpadas, para que receba o material no dia 23 de setembro, na Rua Coberta
Descartar lâmpadas fluorescentes e incandescentes em lugares inadequados, além de ser um perigo para a saúde e para o meio ambiente, é um problema nacional. A preocupação com o destino deste tipo de lixo tóxico, especialmente as lâmpadas que contêm mercúrio, é tema de estudo do governo federal, com base na Lei de Resíduos Sólidos, e as empresas que fabricam ou importam este tipo de produto.
A Administração de Concórdia, por meio da Fundação Municipal de Defesa do meio Ambiente – Fumdema, também tem essa preocupação e busca alternativas para que a população se conscientize e faça o descarte correto do material, apesar de não ter base legal para fazer investimentos em se tratando de serviços de coleta e ou recebimento das lâmpadas. Umas das possibilidades encontradas foi intermediar uma negociação com empresa especializada na área, para oportunizar a população fazer o descarte correto. Assim, no dia 23 de setembro, das 8h30, às 11h, na Rua Coberta, será montado um local para o recebimento das lâmpadas.
O superintendente da Fumdema, Gilberto Romani, afirma que são inúmeros os pedidos da população para que se tenha uma referência para o descarte. “Como se trata de um serviço especializado há custos, que não podem ser bancados pelo município, já que a logística reversa – quem vende e ou fabrica precisa receber o material de volta para fazer o descarte – deveria funcionar. Mas conseguimos negociar para que o valor a ser pago pela população seja menor”, explica o superintendente, se referindo a cobrança de R$ 0,50 por lâmpada descartada, que será cobrado das pessoas que trouxerem as lâmpadas.
Romani afirma que sabe da dificuldade quando se mexe com o bolso, mas que a intenção da Fundação é despertar a conscientização e oportunizar aos interessados o descarte correto. “Normalmente o valor cobrado por lâmpada gira em torno de R$ 0,75 a 1,25, mas buscamos essa parceria, que se funcionar pode ser repetida em outras datas, pois muita gente tem várias lâmpadas guardadas, aguardando por campanhas específicas para o descarte”, comenta.
Logística reversa
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece que quem comercializa o material deve implementar pontos de coleta, posteriormente encaminhar ao fabricante para que dê tratamento e disposição final adequada, reutilize ou reinsira no processo de fabricação. Por isso, a população tem direito a levar as lâmpadas queimadas no local onde elas foram compradas. A ideia da Política Nacional de Resíduos é implementar a responsabilidade compartilhada, ou seja, todos os envolvidos no ciclo de vida do produto devem assumir a sua parcela dessa responsabilidade.
Danos
Das cerca de 300 milhões de unidades vendidas por ano no Brasil, aproximadamente 95% são descartadas de forma inadequada. Como as lâmpadas têm mercúrio, um metal altamente tóxico, contaminam o meio ambiente se forem parar nas ruas ou lixões. Uma lâmpada fluorescente de 32 watts, por exemplo, tem potencial para poluir 30 mil litros de água.