Administração Municipal reuniu entidades representativas, que estiveram envolvidas no evento em anos anteriores, no fim da manhã desta quarta-feira. Todos apresentaram dificuldades em relação a expo-feira neste ano
Falta de recursos, incertezas na economia e descontinuidade do evento – que impediu um planejamento contínuo e constante – foram os principais fatores que levaram as entidades representativas do município e a Administração Municipal decidir, por unanimidade, pela não realização da Expo Concórdia em 2017. Em uma reunião de quase duas horas, no fim da manhã desta quarta-feira, 15, parte da equipe de governo, em um encontro conduzido pelo vice-prefeito, Edilson Massocco, e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Carlos Bomm, ouviu o posicionamento de representantes das entidades de classe do município, que em anos anteriores estiveram envolvidas na Expo Concórdia.
Todos tiveram a oportunidade de apresentar o posicionamento e as sugestões levantadas por suas classes representativas. O primeiro questionamento foi em tordo do recurso que a Administração Municipal poderia disponibilizar ao evento. Como não houve uma previsão orçamentária para Expo desde ano, Massocco informou que não existe um recurso reservado à Expo e que neste momento não teria como tratar em valores, já que seria preciso buscá-los dentro da receita das secretarias, que já trabalham no limite, com despesas fixas.
“Não sabemos como a arrecadação irá se comportar durante o ano, neste momento não está muito positiva. Temos como base os valores aprovados na Lei Orçamentária Anual (LOA), cerca de R$ 237 milhões, mas que são apenas uma estimativa. Se a receita não se confirmar teremos que ainda fazer cortes em obras previstas”, explicou o vice-prefeito, alegando que a apresentação dos dados não é uma desculpa, ou “choradeira” para induzir a decisão pela não realização da Expo, mas apenas para colocar a real situação vivida pela Administração Municipal, que não tem as mínimas condições de realizar o maior evento do município sozinha.
Mas as incertezas da economia, e consequentemente a incerteza na participação das empresas como expositoras, também foram apontadas como dificuldades pelas entidades presentes. Representantes da Associação Empresarial de Concórdia (Acic), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Associação Catarinense de Criadores de Bovino de Leite (ACCB), Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Senac, Embrapa e BRF consensaram que será difícil mobilizar os empresários e produtores neste momento. Alguns chegaram a realizar um breve levantamento de possível participação na Expo e perceberam que o interesse é bastante baixo.
Comissão
Planejamento foi uma palavra muito utilizada durante toda a reunião. Os presentes entendem que um evento do porte da Expo Concórdia precisa ser trabalhado assim que se encerra o último. Como houve uma descontinuidade no evento, sendo que o último ocorreu em 2013 (quando as despesas foram de pouco mais de R$ 1 milhão) e em 2015 foi cancelado, não foi planejada a edição seguinte. Assim, mesmo que a Expo Concórdia 2017 começasse a ser trabalhada em novembro do ano passado, o tempo seria curto, tendo em vista todo o planejamento necessário para a comercialização dos espaços, participação dos animais, contratação de atrações e fornecedores de estruturas, entre outros. Por isso, um dos encaminhamentos da reunião foi a deliberação para a formação de uma comissão, que ficará responsável pelo planejamento e continuidade da Expo Concórdia. Este grupo também será responsável pela análise da viabilidade do evento já no próximo ano ou em 2019, conforme inicialmente se previa, em anos ímpares.