Tirar as crianças da rua e dar a elas a oportunidade de aprender e se divertir ao mesmo tempo. Para os adultos mais que um curso, uma terapia. Esse é o trabalho do Centro de Referencia da Assistência Social – CRAS, de Ipumirim, que abrange cem pessoas entre crianças e adultos, e é realizado de terça a sexta-feira. Os grupos são divididos em meninos, meninas, misto e mulheres. Cada grupo tem aula uma vez por semana. São em media três horas de trabalhos onde eles desenvolvem trabalhos artesanais.
Para a professora de artesanato, Monalisa Rissi, esse também é um momento onde a criança desperta a concentração e aprende a trabalhar em equipe. "Nosso trabalho se baseia em fazer com que eles aprendam uma atividade que gostem. E também cativar essas crianças conversando e discutindo assuntos que aos poucos farão parte do dia a dia de cada um. Falamos sobre boas maneiras, comportamento, respeito aos mais velhos, sexualidade, como economizar desde cedo e também sobre assuntos que eles levantam no dia a dia", destaca Monalisa.
Para as mulheres, muito mais que aprender, também é um momento de lazer e de descarregar as energias negativas. Josefina Rodrigues participa dos grupos de artesanato realizados pela prefeitura há mais de 10 anos. "Eu gosto muito, participo desde a época da LBA, muitas das coisas que tenho em casa fui eu que fiz aqui. Se fosse comprar nunca que teria. Além disso, também faço novas amizades, me distraio. É muito melhor do que ficar em casa", lembra. Claudete Baggio, outra aluna do programa diz que é um espanto para a depressão. "A gente aprende uma atividade extra, assim podemos vender nossos trabalhos e lucrar, ocupo minha mente com algo interessante e não penso só nos problemas", explica Claudete.
Monalisa acrescenta que o artesanato é uma terapia. "Faz bem para o corpo e para a mente. O artesanato ocupa e valoriza a pessoa". Boa parte do material para a confecção das atividades é disponibilizada pelo governo através da prefeitura. Os trabalhos são dos alunos que podem ser levados para casa e até vendidos. O programa é aberto à comunidade e tem acompanhamento da Assistente do CRAS, Gessi Antunes de Campos, da Psicóloga Jakline Fracasso e da Secretaria da Assistência Social.