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Processo administrativo vai investigar incompatibilidade entre estoque físico e digital de medicamentos

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Ao assumir a Secretaria de Saúde, secretário constatou a falta de mais de 50 mil itens de medicamentos na Farmácia Municipal, e irá apurar se houve irregularidade ou falha na baixa dos remédios

 

O estoque físico não condiz ao que está no sistema da Farmácia Pública Municipal. Essa foi a constatação do secretário Municipal de Saúde, Sidinei Schimidt, ao assumir a pasta, no começo deste ano. Como a quantidade é considerável – mais de 50 mil itens, entre 80 tipos de medicamentos – o secretário encaminhou solicitação à Auditoria Interna da prefeitura para que fosse aberto um processo administrativo, que irá apurar os fatos, e averiguar se a incompatibilidade de itens nas prateleiras e no sistema é consequência de alguma irregularidade ou falha na baixa e ou cadastro digital dos itens.

O chefe da Central de Medicamentos, Elton Fabrício, que atou como farmacêutico da Farmácia Municipal nos últimos quatro anos e agora é o responsável pelo setor, afirma que não havia uma conferência constante dos estoques. Estima que a prática não ocorria há mais de dois anos, desde a mudança da farmácia para o novo endereço. “Logo que assumi tratei de conferir. Foi quando constatamos a incompatibilidade dos estoques”, comenta o responsável, ressaltando que apesar de a maioria dos itens faltar, também há sobras –  situação em que não tem mais o medicamento no sistema, porém há alguns itens nas prateleiras.

Dos cerca de 80 tipos de remédios que estão no sistema e não na prateleira, alguns chegam a faltar em até 14 mil itens (comprimidos). É o caso do Ácido Acetilsalicílico, o popular AS Infantil. A baixa da medição no sistema é obrigatória e precisa ser cadastrada com o número do cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) de cada paciente, que venha com a receita retirar a medicação na Farmácia Municipal. Para ajustar a sistemática de trabalho e evitar falhas, o secretário Sidinei trabalha forte na gestão dos estoques e determinou conferência mensal de toda a medicação.

Sidinei Schimidt, que já realizou duas compras de medicamentos neste ano – uma de R$ 400 mil em janeiro e outra de R$ 450 mil em março – afirma que a incompatibilidade nos estoques foi um dos fatores que dificultou o planejamento para as novas aquisições, consequentemente causando a falta de medicação disponível à população. A nova Administração Municipal também encontrou muitos estoques zerados. Com isso, mesmo fazendo a compra logo no início de janeiro, as questões burocráticas e disponibilidade de fornecedores protelaram a normalização dos estoques.

Atualmente, dos 202 tipos de medicamentos que são fornecidos, 20 estão em falta na Farmácia Municipal. A expectativa é que a chegada de itens da última compra (estão sendo entregues aos poucos e uma grande quantidade já chegou na semana passada) deixe em dia o estoque, em breve.