A história profissional da bióloga Claudia Schiavini e do Consórcio Lambari praticamente se confunde. Afinal de contas, ela ajudou na criação do órgão, que hoje tem caráter multifinalitário e atende os 14 municípios da microrregião do Alto Uruguai Catarinense.
Claudia trabalha na entidade há 22 anos. No período de 2001 a 2004 atuou como estagiária por intermédio da Universidade do Contestado, de Concórdia, onde estava no curso superior de Ciências Biológicas. Em 2004 foi efetivada como bióloga, hoje está diretora administrativa do Lambari e responsável técnica pelo consórcio.
O período em que ela iniciou sua trajetória é o mesmo em que o Lambari estava nascendo. O órgão foi instituído em junho de 2001 por estímulo do agrônomo chileno Pedro Hidalgo.
Aliás, a instituição foi criada para ser um divisor de águas nas questões ambientais na região e hoje tem caráter público, com personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Inicialmente, o Consórcio Lambari tinha como objetivo principal buscar soluções para os problemas ambientais da região, especialmente relacionados à poluição causada pelos lixões, pelo esgotamento urbano e dejetos suínos. O órgão também vinha focado em projetos de recuperação ambiental, programas de educação ambiental e fazendo diversos encaminhamentos de licenciamentos ambientais.
Nesse contexto histórico, Claudia frisa que teve participação direta em todas as atividades desenvolvidas pelo Lambari nesses 22 anos. Lembra que a primeira ação realizada pelo Consórcio foi a eliminação da poluição provocada pelos lixões, já que naquele período os municípios não tinham aterro sanitário. “Com as ações do Consórcio Lambari, a partir de 2003, todos os municípios consorciados passaram a destinar corretamente os resíduos sólidos”, recorda. Nessa trajetória de mais de duas décadas de existência, a coordenadora administrativa também frisa que a instituição desempenhou papel decisivo na coordenação do Termo de Ajustamento de Condutas, TAC, da Suinocultura e o saneamento básico em todas as cidades consorciadas.
Sobre o fato de estar no Lambari, a bióloga diz que isso representa um aprendizado, amadurecimento profissional e dedicação. Resume que é “ uma vida dedicada ao consórcio”.
Quando se fala em questões ambientais, a palavra legado vem à mente. Entretanto, além do coletivo (preservação ambiental e boas práticas), há também a satisfação interna. Claudia Schiavini divaga que “me emociona quando passo pelos locais, áreas recuperadas (antigos lixões, APPs degradados) parques e áreas arborizadas por projetos elaborados e executados pela equipe do consórcio. Mas o que mais me marca são os depoimentos e retornos que recebemos das crianças, professores e pais que participaram e vivenciaram atividades e projetos de educação ambiental, como por exemplo o ‘Projeto a Criança e a Natureza’. Temos muitos relatos de pessoas que participaram como alunos, agora são professores e não abrem mão de trazer seus alunos para participar do projeto”, finaliza.