Diante dos números apresentados pela empresa responsável pelo estudo, Administração Municipal toma a decisão de não abrir a Unidade de Pronto Atendimento e planeja instalar um CAPs AD, com clínica psiquiátrica 24 horas na estrutura
O estudo que aponta a inviabilidade financeira do funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento – UPA de Concórdia, solicitado pelos vereadores, foi apresentado pelo secretário Municipal de Saúde, Sidinei Schimidt, em sessão da Câmara de Vereadores, nesta manhã de quarta-feira, 6. Segundo relatório do estudo, o custo mensal para manter a UPA é de R$ 897.637,03. Diante dos números e sem a dotação orçamentária para o custeio da unidade, a Administração Municipal tomou a decisão de não colocar em funcionamento a estrutura. Segundo o secretário, a decisão corajosa, é uma decisão técnica, baseada na gestão eficiente, que o governo tem trabalhado desde o início do ano.
A empresa contratada, Capacita Assessoria Administrativa – de Três Passos (RS), que já presta assessoria e consultoria para UPAs em funcionamento no Brasil, se baseou em números atuais para descrever os custos com corpo clínico, demais funcionários e manutenção em geral, chegando a cifra de quase R$ 900 mil mensais, valor muito além do que inicialmente previsto. Deste valor, o governo federal – após a habilitação da UPA, processo que tem demorado entre nove a 12 meses, após o início dos trabalhos – repassaria em torno de R$ 100 mil mensais. Assim, praticamente por um ano, o município teria que bancar as despesas sozinho, já que o valor não é repassado retroativamente.
“Não temos este recurso no orçamento e nem mesmo de onde tirá-lo, por isso, não há possibilidade de abrir a UPA. Até poderia solicitar uma prorrogação do prazo para a abertura, que encerra no próximo dia 15, mas não adianta alimentar uma situação, pois não há perspectivas de ter o recurso necessário para o funcionamento”, explica o secretário, ressaltando que de nada adiantaria abrir a estrutura e em três meses não ter mais condições de mantê-la e precisar apelar por doações espontâneas da população para garantir o andamento dos trabalhos.
Dependência
Atualmente o município repassa cerca de R$ 100 mil mensais para os atendimentos de urgência e emergência do Hospital São Francisco. Com o funcionamento da UPA, este investimento não seria eliminado por completo – talvez apenas 40% ou 50% dele -, já que permaneceria uma dependência ao hospital. “A UPA prevê atendimento de quatro médicos, divididos em escala diurna e noturna, exames laboratoriais (de forma terceirizada) e exames de radiografia – Raio X, as demais necessidades – casos mais graves e de especialidades -seriam todas encaminhadas ao hospital”, esclarece Sidinei.
Utilização da estrutura
Com a decisão de não abrir a UPA, agora a Secretaria de Saúde fará um encaminhamento ao Ministério da Saúde referente a utilização da estrutura, já que o governo federal repassou cerca de R$ 1,4 milhões para a construção. “Não sabemos se teremos que devolver ou não este recurso, mas vamos pleitear a utilização do espaço para outra área da saúde”, adianta o secretário. A gestão analisa, desde o início do ano, outras possibilidades para utilização do espaço. Como são investidos aproximadamente R$ 2 milhões por ano em atendimentos em clínicas especializadas, fora do município, a proposta é colocar em funcionamento no local um Centro de Atenção Psicossocial – CAPs – especializado em Álcool e Drogas (AD), com clínica psiquiátrica 24 horas.